quarta-feira, 3 de agosto de 2011

são dias.


Batem-me na cara os anos
Aqueles que tento aceitar
Mas que passo a vida a rejeitar.
Batem-me na cara as falhas
Os medos
Toda a angústia, toda a desesperança.
São dias… digo eu.
E toda a gente acredita, porque
Os olhos ainda não permitem ir mais além.
Se ao menos as minhas palavras retornassem
E eu sentisse que esse era o meu lugar seguro.
Mas agora o Outono quer chegar cedo,
E eu quero acolhe-lo no meu coração.
Os muros têm de ser desfeitos
Pelo baque das ondas de lágrimas que estão para vir.
De facto são dias.
São estados.
São as estações do coração.
Que não controlamos.
Que nem sabemos partilhar.
Que nem sabemos enfrentar.
Sinto que me lancei ao mar e não sei nadar
Não há barco, nem farol, nem bóia para me salvar!
Resta-me por os olhos no céu e ter fé.
Hoje é assim.
Talvez amanhã seja igual e eu terei de saber aceitar.
Da impaciência e da vergonha nascerão flores mais belas
As melhores que o terreno da minha alma for capaz de produzir com as formas
Mais imperfeitas que for descobrindo para lidar com todos os pensamentos e desilusões
Que hoje acorrem à minha praia.
Se eu fosse diferente sofreria igualmente, desejando quem sabe talvez ser como sou agora.
Estou longe, tão longe de saber o que está guardado para mim.
É só que ás vezes custa-me passar os dias e as noites a esperar!
Mas sei que não pode ser de outra forma.
São dias.

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