segunda-feira, 27 de junho de 2011

life according to her.



Ela...
É a imperfeita perfeição
Ela
sabe as formas
os nome e pronomes
singulares
as formas similares
sabe as histórias que outros esqueceram
teima nas linhas e nas notas que outros já desistiram
de escrever ou tocar
ela tem pouco,
muito pouco,
por isso anseia ter tanto
ser tanto
amar tanto.
Ela não é bonita
nem é prendada
ela não é sempre constante
nem ofusca
mas ilumina
mas cativa
como a noite cativa as estrelas.
Ela não é uma rosa
Ela é lavanda
e mar
e canela e café e vento.
Ela não é especial,
mas é única
especialmente única.
Ela não limita
não reduz
não simplifica
mas gostava de simplificar.
Ela é péssima a matemática
mas ama desesperadamente as letras e os poemas.
Ela não cabe do tempo
nem no espaço
nem nos anos de vida que viveu
ela é ultrapassada para uns
visionária para outros
ela sabe coisas
ela sente coisas
ela ensina coisas
aprende coisas.
Ela gosta do que vem de dentro.
Gosta do Outono.
Gosta das coisas antigas e gastas.
Gosta de tempestades e chuva morna.
Gosta de livros infantis,
de livros que ninguém lê
e dos que já toda a gente conhece
ela gosta de livros
simplesmente.
E gosta de plantas.
De terra.
De lugares desconhecidos.
E dos que são queridos
Gosta de casa.
E gosta de longe.
Ela gosta de Deus.
Ama Deus.
Ela sente falta de tudo.
Loucamente de tudo.
E há-de sentir sempre.
Ela não é perfeita.
Não poderia haver modo de o ser sendo como ela é.
Simplesmente ela.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Vintes anos e uma chave



Vinte anos e uma chave
Molhos e molhos de cartas
Um turbilhão de lembranças
E as fotos antigas
Vinte anos e uma vida
Um relógio de bolso suspenso,
Por uma eternidade
Incompreensível
Irrepreensível
Era assim que tinha de ser
Supostamente
Necessariamente?
20 anos depois?
As tranças desfeitas
O sorriso apagado
A noite ausente
A saudade gasta
Arrastada comigo neste abraço
Que já nem sei desfazer.
Por favor diz-me que amanhã vai ser diferente.

 

sábado, 11 de junho de 2011

We drop near.



Caímos perto.
Perto das estrelas compostas em rituais a que chamamos constelações.
Caímos perto
Extasiados demais para falar
Perdidos
Refugiados
Nas histórias que tínhamos ouvido quando éramos pequenos
Sobre cometas e principezinhos
E andorinhas que se apaixonavam por gatos
E gatos que tomavam conta de gaivotas.
Se ao menos a nossa queda tivesse sido mais aparatosa
Ainda teria dado para nos rirmos despregadamente
Tão  despregadamente que os botões saltariam das nossas camisas
Para o coração poder bater (dês)compassadamente
No ar fresco deste amanhecer precoce
E os cordões dos sapatos partiriam e poderíamos correr
Correr.
Correr.
Livremente.
Como na infância,
Entre os sonhos que ainda vamos construir esta noite…
Caímos?
(risos)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Bella´s lullaby.



Ela parte deslumbrada
Extasiada.
Ela é assim
A admiração bruta da existência
A conquista sublime
De se ser amada.
Ela parte convicta
Intima de si mesma
Perfeitamente e sentidamente (des)encaixada
Dos fracassos
Das desilusões
Levemente confiante
Que é assim delirantemente
claramente
Que os dias se vão seguindo uns aos outros
Na demora certa
Na amplitude (in)findada
De ser
O que ela é.
Indiscutivelmente completa.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Counting stars and drawing circles.


Perhaps it isn´t all lost.
Perhaps is the right way to go
Open up your arms and feel what is around you.
Even if that doesn't make  any sense right now
Lift up your heart and let it tell you what
Is your purpose for today.
Your grace.
Your reason for gratitude.
Do you believe in moments?
Do you believe in life when you stare at the night sky and count all the stars?
Is isn´t the edge.
Believe in me.
It is only the beginning of this circle.
A perfect and complete circle
That is the perfect and not understandable
Love of God.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Old shoes and writing machines



Acordo aos acordes matinais
Brancos
Das teclas soltas da máquina de escrever
que se movem sob os meus dedos
Acordo serena, sabendo que as manhãs são apenas o inicio
De uma outra jornada ao compasso do que a minha alma desejar
Não importa assim tanto chegar lá
Onde quer que lá seja
Importa mais calçar os meus sapatos antigos
Gastos
De tantas danças e correrias e
Gastá-los apenas um pouco mais.
Quanto tempo até eu poder partir?
Quanto tempo poderei eu tocar intensamente os breves momentos
Das palavras que eu aprendi
Que eu colhi suspensas no olhar da vida
Dirigidas a mim.
Agora?
-~-
Talvez! ( e grito isto com todo o meu coração)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sailing boats and lullabies




Estradas
Milhares de estradas,
Palmilhadas
Interpretadas
Ansiosas
Desesperadas de ti. De te sentir a correr.
Mares.
Quantos mares à espera dessa tempestade que trazes no peito?
Oh! Se tu soubesses já estarias a fazer subir as velas
e a baloiçar
embalado, pelo mar.
deslumbrado
Comovido
perdido com palavras para contar
aos que te soubessem depois ouvir.
Tu pertences a tudo isso que sentes
Sol nascente
Sol poente
Sol suspenso
Enternecido
Adormecido
No olhar
Perdido de ti a olhar o mar.