A água corre para a água.
Desde sempre, até todos os dias e todas as noites findarem.
Porque é assim que tem de ser.
Sem necessidade de consentimento
Sem fraqueza que a faça impedir
Corre dissoluta
Absoluta
Entre rochas e curvas abastadas
Corre e deixa-se levar.
Eu nasci feita de água.
Ela corre-me na alma, na voz, nos sentimentos
Apenas guardei a terra nos olhos
Para ir plantando sementes calorosas
De gerações que partiram e das que estão para vir
As imagens intrincadas, edificadas
Em mim nunca se desvanecerão
Sejam elas a mão solta, breve a corrigir
Ou o abraço demorado, prolongando
Em que guardo qual leito
Todas as estranhas semelhanças com a água.
Sem comentários:
Enviar um comentário